Comportamento, Textos da Bia

Sobre as decisões

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Decisão é um longo caminho a ser percorrido.

“A decisão nunca é algo fácil.
Seja visando melhorar a vida, ou piorar mesmo. É como dizem, “nunca sabemos o dia de amanhã” e logo, isto implica também – e principalmente – nas grandes decisões.
O que importa no meio disso tudo é sentir que estamos mesmo no controle da nossa vida.
Porém, decisões também nos levam até ele: julgamento. Não deveria ser assim, mas é.

Pessoas simplesmente não pensam e ao menos respeitam os motivos que levaram o outro a decidir por algo, por alguém, por alguma coisa ou situação. Qualquer decisão final que seja, foi decidida pela pessoa. Motivos suficientes e vivência para discernir e assim chegar até ela não faltaram. Se não houve, as consequências estão aí para ensinar. Fim. Automaticamente, isso deveria inibir uma opinião contrária quando não bem intencionada. Seja pelo bem ou pelo mal, apenas guarde o que você acha quando não lhe for perguntado.

Rude demais? Pode ser. Mas é que temos a mania de dificultar as relações, de encontrar problemas para cada solução, de seguir pelo caminho mais difícil. Somos humanos e sendo assim, somos falhos. Uma decisão drástica nunca chega de maneira simples, ela aparece, consome a pessoa em chamas e tira o sono. Rouba a paz. Não cabe a mim e nem a você, questionar algo que não lhe afeta diretamente. Não é algo justo.

Mas e quando a decisão pode magoar alguém? Então pergunto: e quando a falta dela está afetando a tua vida? Muitas vezes pensamos tanto – ou somente – no sentimento das outras pessoas e com isso nos anulamos e isso vai nos consumindo. Sentimentos desse tipo tomam conta da gente de uma maneira ruim, fazem mal psicologicamente, agridem nosso corpo. Atacam nossa saúde física e mental sem piedade.

Não existe uma receita para se tomar a decisão correta. É preciso pesar os prós e os contras e seguir em frente. De nada adianta anular suas vontades só para evitar uma crítica ou para deixar alguém feliz, principalmente de mentirinha. Isso seria uma puta injustiça, com a pessoa e com você mesmo.

O amanhã está no amanhã, deixe-o lá. Viva o hoje e faça a SUA própria escolha.
Decida por algo que lhe faça bem. E boa sorte!”

Que façamos todos um bom dia. 🙂

Textos da Bia

Rotina

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“O despertador anuncia o amanhecer. Uma soneca de cinco minutos transforma-se em meia hora. Não, não é mágica. É o tal do cansaço matinal.
Sentada na cama, bebe uma xícara de café enquanto tenta acordar, em vão. Rasteja até o banheiro, joga uma água no rosto e tenta enxergar ânimo diante do espelho. Cadê?
Volta para o quarto seminua e escolhe sem pressa o que vestir. Coça os olhos na ilusão de ficarem mais leves. Mais um dia igual. Todos são iguais.
O café, a ida para o trabalho, o trânsito e toda a sua falta de paciência, almoço – trabalho – café da tarde – trabalho, casa outra vez. Quase que em modo automático. Comer, ganhar dinheiro, se deslocar de um lado para o outro. A monotonia de ser humano.
Não é trabalho braçal, a mente que tá precisando de férias.
E quando a tarde cai, torna a beber mais café para despertar. Inventa algo pra comer. Assiste a TV zapeando sem parar entre os canais. Eles nada acrescentam. Filmes antigos, programas bobos, músicas piores ainda, documentários surreais. Na verdade só precisa de um colo e nada mais, talvez um ombro bem disposto para a sua cabeça já cansada seria renovador.
Meia e chinelo com um velho casaco pra aquecer. Um cigarro e uma cerveja bastam para apaziguar. Talvez “algo para abrir a mente” e emendar uma boa conversa.
Sexo com amor, por favor. Só pra relaxar!
No sofá, pensando que amanhã será tudo outra vez, inspira, expira. E se quer saber, sem isso tudo não seria feliz. Como é doce o sabor amargo da rotina.”

Um texto meu.
Bom feriado pra todos :))

 

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Textos da Bia, Um pouco da autora

Ideal de felicidade?

Jaguaruna, 2011. Foto por Deny S. Trevisan.
Jaguaruna, 2011. Foto por Deny S. Trevisan.

Responder parece difícil? Pois está ao nosso alcance, mais do que podemos imaginar.

Felicidade. Pra mim, é poder fazer o que amamos e estar perto de quem mais gostamos. Simples assim. Buscar por aquelas pessoas que nos fazem um enorme bem. Com elas dividir momentos, compartilhar e propagar boas histórias.. do tipo que nossos netos vão se sentar à nossa volta, nos pedir para recontá-las milhões de vezes e ainda assim vão ouvir com atenção.
Felicidade é viver e ainda conseguir sonhar.
Hey, pare o que está fazendo por um segundo – respire – viu só que maravilha você tem? Parabéns. Você está vivo, aproveite e viva de maneira plena. Temos o grande defeito de não dar valor à nossa saúde ou diminuir nossa existência aqui na terra. Tolice!
Esqueça os outros, não deixe que arrumem um problema para cada solução sua. Não dê ouvidos ao negativismo que algumas vezes nós mesmos quem criamos, não deixe sua mente se poluir e se perder em meio ao mundo esgotado e confuso de hoje em dia. Esqueça a ambição. Reencontre um amigo que o tempo afastou. Dê risada, converse com alguém que você não conhece, se ofereça para ajudar alguém nem que seja para carregar as sacolas de compras do mercado.
Seja altruísta. Tudo é válido quando há uma boa intenção. Faça de coração e o mundo irá girar a seu favor. Se hoje algo der errado, bola pra frente e paciência, acontecerá coisas melhores amanhã. Ou depois. Ah, tanto faz. Só não desista.
A partir do momento que temos esperança a felicidade aparece, ou reaparece. Não morra antes da hora, enquanto isso não acontece, mantenha seu coração vivo até o fatídico dia chegar. Não vamos transformar a rotina em vilã, vamos melhorá-la. Dê bom dia, sorria para um estranho. Cante enquanto trabalha, esqueça as formalidades.
Parece dramático? Mas a vida é assim mesmo. Um drama, uma comédia, um romance ou tudo junto ao mesmo tempo, bem típico daqueles dias inesquecíveis.

E voilà: seja feliz de maneira singular como nunca havia percebido.

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Textos da Bia, Um pouco da autora

Mudar é bom, não mudar é tão bom quanto!

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Os Batutinhas, 1994.

Ocorreu um fato bacana comigo e eu gostaria de dividir aqui com vocês.
Semana passada, criaram um grupo no Facebook com alunos da década de 90 da minha antiga escola. Ou seja, uma reunião virtual do pessoal que convivi por longos anos.
Gente, me fez um bem danado. Muitas risadas ao relembrar algumas histórias e uma sensação de que o tempo simplesmente parou como num passe de mágica ao perceber que para muitos as recordações também continuaram vivas dentro do coração.
E dentro dessas histórias, pessoas. Pessoas que o tempo mudou fisicamente, que a vida lhe deu alguns traços na pele e em seu coração com a experiência da vida. Algumas não mais aqui entre nós, que partiram cedo demais e como por encantamento estão sendo todas lembradas, uma a uma.
Com certeza hoje estariam felizes partilhando estas mesmas lembranças.
E muita coisa foi relembrada, e muita gente. Algumas que eu nem me recordava mais, outras que nunca esqueci. E conclui que amigos continuam amigos, mesmo o tempo passando, mesmo existindo a distância e mesmo no meio dessa loucura que é essa ciranda da vida.
Muitos casaram-se e tiveram seus filhos, alguns deles hoje estudando nessa mesma escola que estudamos há mais de 20 anos atrás. Outros foram embora para muito longe, alguns até do outro lado do mundo, mas continuam tão próximos quanto e virtualmente participando de tudo.
Quantos sorrisos, quantas lágrimas, quantas vitórias e derrotas passaram até hoje ao se reencontrar? E como é bom ver que na essência, continuamos os mesmos. Relembrar de apelidos e acharmos graça das mesmas coisas e casos de anos e anos atrás. Lembrarmos com carinho dos mestres que nos ensinaram, mas que também nos puniram. Muitos com pulso firme e que tinham nosso total respeito. Lembrar de cada canto da nossa antiga escola.
Lembrar de como éramos inocentes na época em que reinavam as paixões platônicas e as brigas com o sexo oposto. Meninos e meninas, como era divertida essa competição! Época do “bullying saudável”, daquele o qual ninguém escapava. Da cantina com pastel de banana e laranjinha, da vendinha do Seu Zé e suas balas de coca-cola. De esperar ansiosamente pela aula de educação física pra poder jogar bola e torcer para não ser o último a ser escolhido. Época da carteirinha da biblioteca e “alugar” os livros da escola.
Será que hoje ainda rola algo assim?
O mais importante de tudo isso é com certeza o reencontro, essas lembranças. Existe algo mais especial que um reencontro entre amigos, ex-alunos e seus professores? Conversar, relembrar e rir de algo que na época até foi um problema? Rir da vida é essencial.
Às vezes a pressa em sermos adultos mascara o quanto nossa infância é uma fase especial para nós. Quando descobrimos isso é que passamos a valorizar cada pequeno momento que tivemos. E as pessoas fazem parte disso também.

Enfim, ficamos todos saudosistas. Muitos hoje com os cabelos brancos já dando o ar da sua graça e estes sim sabem o quanto a época da escola foi importante. E eu achando que isso era exclusividade minha, tsc.
Então. Lembra daquele seu amigo de escola? Aposto que devem ter boas histórias. É hora de relembrá-las e recontá-las, isso faz bem pra alma. Mudar é bom, mas saber que você não mudou é mais gratificante ainda.

Seja adulto, mas não esqueça de como você era quando criança. Lembre da sua inocência, das suas raízes e não renegue o seu passado. Apenas celebre o que foi bom!

Textos da Bia

O diferente também é bonito

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Somos apenas um minúsculo grão de areia em meio a um deserto gigantesco.
E isso é o que faz de cada um de nós, seres únicos. Nos dá a certeza de não estarmos aqui sem razões óbvias. Que tal aproveitar esse milagre da vida e essa imensidão de pessoas indo e vindo todos os dias, para sermos mais nós mesmos?
Como? A resposta é simples.

Quando decidimos ser nós mesmos, criamos aceitação e esquecemos de todos os padrões impostos. Passamos a viver uma vida plena, mais feliz. Num mundo onde devoramos a informação instantânea feito macarrão lámen, o que mais existe são pessoas ditando o que devemos fazer, usar ou comer. Assim à primeira vista, ser você mesmo pode parecer difícil. Mas ainda não é o fim, em meio à uma multidão que vive no piloto automático, é possível ainda encontrar aqueles que queiram viver do que realmente são.
É estranho escrever isso, mas sinto as pessoas cada vez mais parecidas umas com as outras. Elas escrevem as mesmas frases e seguem o mesmo ciclo social, vão aos mesmos lugares, ouvem as mesmas músicas, falam e gesticulam de modo iguais. É como se todos rodassem o mesmo sistema operacional. E as pessoas passam a se perguntar em qual mundo você vive se você não faz parte desse grupo, é uma espécie de crime você desconhecer as coisas mais populares do momento. E a preocupação alheia vai além, não podemos mais ter nosso livre arbítrio e sermos indiferentes. Você é obrigado a estar na moda, estar antenado sempre, ser divertido, sair para festas até altas horas, caso contrário “você não vive”. Já não é mais permitido ser o que quiser! E no que estamos nos tornando, afinal? Uma pergunta ambígua ainda sem resposta. Porém, é nítido o caminho traçado para a beira de um abismo de egos digitalizados e da busca insaciável pela aceitação das outras pessoas. Acredito que muitos gostariam de agir de maneira diferente, mas são sufocados pela maioria e seguem esse efeito boiada por ser o caminho mais fácil “parecer legal e descolado” para aquelas pessoas que não dão a mínima para o que você faz.
E isso começa pela obrigação de ser feliz. Felicidade nunca deveria ser vista como uma obrigação, não a perseguimos e nem a buscamos. Simplesmente acontece de maneira natural, é um estado de espírito. Todos nós sabemos que a vida não é sempre colorida, que as pessoas não estão sempre impecáveis como nas suas selfies e irradiando felicidade como o fazem nas redes sociais. Problemas existem, dias ruins surgem e sempre quando menos esperamos. Mas as pessoas insistem em vender apenas a imagem da felicidade obrigatória e sem sentido. Estamos na era da “ostentação e beijinho no ombro dazinimiga”, da felicidade estampada apenas para uma outra pessoa se sentir culpada por achar que tem algo errado por nem sempre estar feliz. Somos seres humanos, caramba! Ao mesmo tempo em que damos risadas, podemos  também nos sentir frustrados, chorar, brigar, sentir raiva. E nem sempre estar disponível para uma social ou para aquela festa descolada que toooodas as pessoas vão, faz de você um ermitão. Mas lá vem o julgamento.

Quem deveria se sentir culpado por isso? Absolutamente ninguém – NINGUÉM.
Não ceda aos vícios superficiais das redes sociais e não deixe nunca de ser você mesmo. E jamais permita que digam o que é bom ou não pra você.

Respire fundo e continue seguindo em frente. E esqueça o ditado da grama do vizinho ser mais verde que a sua – pode até parecer pra você, mas ela não é.

Textos da Bia, Um pouco da autora

6 anos de muito amô! ♥

2.191 dias do mais puro amô. (L)

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Era pra ser apenas mais um domingo como outro qualquer. Como eu disse, era. Naquela fria noite de 21 de junho de 2009 meu coração foi aquecido como nunca havia sido antes. E tudo aconteceu da maneira mais natural e mágica possível, que lembro dos detalhes como se fosse ontem e carregando comigo aquela sensação “era pra ter acontecido”. Não existe nenhuma outra explicação melhor para nós dois!
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Naquela noite, por meio de amigos em comum, nossos caminhos se cruzaram de maneira diferente e surgiu ali um sentimento novo pra nós dois. Sim, nossa história parece um delicioso filme desde então.
Talvez nem ele e nem eu sabíamos a mudança tão grande que aquela noite nos traria – ou sabíamos. Só sei que nos sentimos bem na companhia um do outro e isso foi o suficiente pra nós; sensação mágica.
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E há 6 anos atrás éramos de fato mais jovens, bobos, com anseios, pensamentos confusos, imaturos e sem grandes responsabilidades. Felizmente o vento soprou ao nosso favor e tudo aconteceu exatamente da maneira e intensidade que deveria ter acontecido. Resultado: não nos largamos mais desde aquele 21 de junho de 2009.
Vejo hoje nossa evolução e penso em tudo o que passamos juntos durante esses 6 anos de relação que tanto nos fez mudar – E COMO MUDAMOS – amadurecemos juntos, um com o outro.
Olhar para trás e ver aquele menino todo sem jeito que pediu pra ficar comigo percebe-se o bocado de tempo que estamos dividindo nossas vidas. HAHAHAH
E aquele menino todo sem jeito outra vez, supreendeu e logo me pediu em namoro. Dois anos depois, me pediu em casamento já com a segurança do homem que conheço e tenho hoje ao meu lado. (L)
Hoje dia 22, estamos casados há 1 ano e meio. O tempo voa? Sem dúvida. Mas quem sabe com exatidão o significado que o tempo carrega? Ninguém.
Quantas alegrias e tristezas, quantos beijos e quantas brigas enfrentamos. Tu me ensinou muito das coisas que aprendi nessa fase adulta, me amadureceu, me transformou de fato na mulher que sou hoje. Não que eu não seja mais a menina que teus olhos enxergam e que teu coração sente a necessidade de proteger – eu sempre ei de ser aquela menina.
E assim seguimos em frente, sendo o casal chato, que se ama, admira um ao outro, demonstrando isso de todas formas e falando “eu te amo” antes de dormir e acordando com um “bom dia, amor”. Não é culpa nossa, sempre fomos assim.
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E há 6 anos nos completamos no verdadeiro sentido da palavra, não somos mais duas pessoas – somos uma só.

Quero agradecer mais uma vez por todos os momentos que me proporcionasse: os bons e até os não tão bons. Nós não somos o casal “faz de conta”, vivemos a vida real. Sabemos que erros fazem parte da nossa história, mas também sabemos que não vivemos um longe do outro.

Te amo, Deny Soares Trevisan.
Assim, dessa maneira exagerada e só nossa.

Comportamento, Textos da Bia

Dia dos (e)namorados

Engana-se quem pense que dia dos namorados é dia 12 de junho. Dia dos namorados é na verdade, todo dia – ou pelo menos é o que deveria ser.

Farol de Santa Marta, em 2009.
Deny e eu. Farol de Santa Marta, 2009.

Ah, o dia dos namorados!

Presentes caros, declarações apaixonadas, noites minuciosamente pensadas em cada detalhe. Eu sou contra esse dia dos namorados.
Esposos, esposas, noivos e noivas; seja lá qual for o teu nível de relacionamento, é digno de uma comemoração. Mas não a movida pelo consumismo, mas por pequenos gestos no cotidiano. Este é o combustível primordial de uma relação duradoura. Principalmente nos dias de hoje, onde tantos valores foram invertidos.
Quem está 6, 7 anos em um relacionamento bem sucedido, sabe muito bem como é manter-se enamorado da mesma pessoa. Já passamos da fase de esconder os defeitos, já rolou um bocado de briga e foi percorrido um belo caminho ao longo desses anos. Para ter uma relação sólida com alguém e dividir a vida com essa pessoa, o que está em jogo aqui não é apenas aquele significado sacana de propaganda de dia dos namorados, vai muito além de alguns presentes e datas comemorativas. É erguido com um amor fora do comum no dia a dia, estar ao lado da outra pessoa em tempo integral – dar e receber, uma troca natural e sem cobranças.
Acredito veemente que todos deveriam saber como é essa sensação um dia. Você abre sim mão de algumas coisas e continua ali feliz, realizado. Tenta ser menos teimoso e aprende a ceder algumas vezes. Passa a não mais resolver as coisas por conta própria, tudo é discutido, avaliado e assim chegar a um denominador comum. É a variável da vida.
Hoje as pessoas falam abertamente em serem autossuficientes e não precisarem de uma outra pessoa, que não querem ter sua liberdade ceifada e mimimi. Papo furado.
Quando encontramos aquela pessoa que realmente nos completa (literalmente falando), com gostos e pensamentos iguais aos nossos, a nossa liberdade não é interrompida. Só passamos a vivê-la com uma pessoa especial ao nosso lado, nos acompanhando e dividindo esses bons momentos.
Mas sabemos que convivência não é feita de bons momentos apenas. Em muitas fases teremos de enfrentar juntos as adversidades da vida e que seja de mãos dadas, onde aquele ombro amigo é sempre bem vindo. E a segurança que a certeza de caminhar juntos em todos os momentos nos dá, não tem como descrever.. é tão menos dolorido quando temos alguém que entende, sente e vive a nossa dor. Falo por experiência própria. E isso não é ser egoísta, é viver o companheirismo.
Relacionamento é algo complexo, precisa de tempo, conversa, muito companheirismo e respeito. Relacionamento não é só sexo e aquela paixão do início. Um relacionamento sólido é feito (também) de amor, risadas, lágrimas, amizade.
Talvez este seja o grande problema do mundo, acreditar que as relações tenham que ser movidas por uma paixão doentia 24h por dia como as cabecinhas bitoladas que veneram 50 tons de cinza. MITO.

O meu desejo é que realmente o mundo não precise de um dia específico pra falar de amor ou surpreender com pequenos gestos.
Amor é piegas, sim. E é o sentimento mais nobre que existe.

Ame sem precisar de um dia pra isso.

Textos da Bia, Um pouco da autora

Silêncio necessário

Dentro de nós mesmos encontramos todas as respostas.

“Uma tarde de chuva e melancolia. Sem jeito, ela se recosta no sofá da sua fria sala de estar apenas com a caneca de café como companhia. Esperando refletir sobre a vida, ela então indaga: “Será que todos os outros sentem essa mesma necessidade de um tempo sozinho?”. E suspira, sem esboçar uma reação sequer. Mas ela sabe que precisa de cuidado ao mergulhar na própria reflexão e se deixar levar, sua mente tem o poder de expandir-se demasiadamente, necessitando de poucos segundos para tal feito. E então, ela voa. Bem alto – mais uma vez aconteceu. Lá de cima ela observa toda sua vivência, suas experiências, suas alegrias e.. as frustrações. Ah, frustração! Nela cabe esse misto de sentimentos profundos, que nem mesmo a sua coleção completa e empoeirada de Caldas Aulete que repousam na estante da sala poderiam encontrar uma única definição. E no silêncio dessa sala fria, entre um gole e outro de cafeína, ela tenta se permitir – se permitir a sonhar alto junto com o seu vôo e assim se desvencilhar de seu cativeiro interno. Seus medos já estão expostos, nem se preocupa mais. E lá do alto, ela se sente liberta mas ainda sentindo os pés no chão: não precisa mais fingir ser o que não é, nem dar sorrisos ou escutar o que não lhe interessa. Só quer um tempo para si mesma, conversar com seus pensamentos. E naquela altura, as obrigações sociais também não a interessam mais. No sossego da sala fria e junto do último gole de café veio a sensação que ela queria: precisava de um minuto sozinha.”

Textos da Bia, Um pouco da autora

O que eu nunca disse para minha mãe

Setembro/84. Meus pais, meus irmãos e eu: ali na barriga dela.
Setembro/84. Meus pais, meus irmãos e eu: ali na barriga dela.

Oi, mãe.

Como vão as coisas? Por aqui vamos levando do jeito que dá: uns dias mais fáceis, outros nem tanto. E depois desses 5 anos (e 1 mês) continua sendo tudo muito difícil. A falta física da mãe é enorme. Olha o tempo que já não tenho mais o teu abraço? Fique sabendo que não me esqueço dele um dia sequer. Era o melhor e mais reconfortante abraço do mundo. E quando tudo parecia desabar ao meu redor, teu colo era o lugar mais seguro pra me abrigar até a tempestade toda passar. E a energia boa e leve que a mãe emanava naturalmente? Era singular, inexplicável. Mas será que pelo menos agradeci como deveria? Sempre me pego pensando nisso.

Lembro das minhas birras com a senhora no auge da minha ‘aborrescência’ e isso me corta o coração. Eu com a minha inexperiência, descontando minhas insignificantes frustrações e te falando coisas absurdas. Será que depois, aqueles meus pedidos desesperados por desculpas realmente apagavam a tristeza do teu coração? Saiba que a mãe foi minha grande melhor amiga, foi a primeira e continua sendo a única. Não me lembro de ter dito com essas palavras. A senhora sabia disso enquanto ainda estava aqui comigo? Tua amizade me faz falta, viu? Muita. No fundo a senhora sabia disso, né? Sempre contei tudo da minha vida esperando ouvir o teu ponto de vista, isso desde criança. Nossa amizade é antiga! Lembro como se fosse ontem quando contei que estava namorando e que estava apaixonada. Vi a felicidade nos teus olhos, brilharam além do normal. E quando eu dizia “te amo” pra mãe, será que foi intenso o suficiente a ponto de não parecer só mais uma frase dita? Me dói muito hoje subir as escadas do prédio e não mais ouvir o teu canto ecoar junto das tuas músicas favoritas. Adorava cantar, enquanto preparava o almoço ou fazia um pão caseiro. Bah, senti agora até o aroma dele que pairava na cozinha. E a receita daquele teu “pão de pão” que eu não peguei? Ou, aquele bolinho de chuva escaldado que só a mãe sabia fazer e nunca mais comi? Guardo o gosto deles na lembrança, até hoje. Sempre lembro do sabor num dia de chuva, como o de hoje.

Não acreditava que a mãe pudesse partir tão cedo, não queria acreditar na verdade. A mãe foi o ser humano mais lindo e forte que conheci em toda minha vida. Sempre com um sorriso estampado no rosto, apaziguando qualquer conflito, sendo a mulher de grande sabedoria que foi. E acima de tudo talentosa. Um talento nato pra ser mãe, com aquele amor transbordante que só um ser especial pode ter. Desdobrava-se em dez para dar conta de tudo ao mesmo tempo. Cozinhava como uma chef, cuidava bem dos filhos, do marido, da casa, tricotava, crochetava, costurava roupas e ainda fazia artesanato. Será que falei que te admirava MUITO por isso? A mãe tinha mil facetas e sabemos que isso não é pra qualquer um.

E nossos bolos gigantes de aniversário na infância, regados com bastante guaraná. São coisas que mais tenho saudade. Caminhar de braço dado na praia, jogar conversa fora, te fazer rir até não dar mais. Ainda parece mentira.

Junho/93. Meu aniversário de 8 anos, com o famoso bolo feito por ela.
Junho/93. Meu aniversário de 8 anos, com um dos famosos bolos feito por ela.

Mas a vida não para né, mãe? Muita coisa aconteceu desde abril de 2010 pra cá. Posso dizer que essa foi a fase que mais amadureci e também a mais difícil. Tive de lidar com problemas que até então o pai e a mãe sempre me protegeram. E vi que estava na hora da tua menina caçula se transformar em uma mulher de verdade. De vez.

O Deny e eu, que na época namorávamos haviam 10 meses apenas, completamos mês que vem 6 anos juntos e há quase 2 anos nos casamos. Sim, mãe.. eu me casei! Sei que a senhora está bem feliz com isso. Sosseguei! Hoje também cozinho (e adoro), cuido do maridão, costuro também! Alguma semelhança? Pouca ainda. Mas tu és minha maior inspiração na vida. Tu continua mais viva do que nunca. E como amo quando dizem que somos parecidas. Quem me dera ter toda essa tua ternura. ❤

No fim acho que cumpri o meu papel de filha, tive uma infância saudável, me revoltei na adolescência questionando tudo, fiz errado em alguns momentos, pedi desculpas, agi certo em outros, amadureci e hoje na fase adulta reconheço todos os esforços que a senhora fez por mim, por nós.

E a senhora, cumpriu lindamente o seu papel de mãe: me amou de forma sublime até o teu último sopro de vida, mesmo com todos os meus erros. Mesmo eu não sendo perfeita, tinha um tremendo orgulho de mim. Foi mãe em tempo integral, sem férias, sem descanso.

Dez/2008: nosso penúltimo reveillon juntas.
Dez/2008: nosso penúltimo reveillon juntas.

MUITO OBRIGADA, dona Abgail Costa Aguiar. Enquanto eu viver, a senhora será sempre lembrada. O que sou hoje devo à senhora.

Te amo!

Esse post veio da iniciativa de postagem coletiva idealizada pelo grupo Rotaroots Blogueiros de raiz do Facebook em homenagem ao dia das mães.
Amei ter escrito sobre.

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Diário de uma não poetisa: Meu lugar

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O meu melhor lugar é esse cara aqui.

“Minh’alma a reverenciar teus encantos
E por um breve acalanto, esquecer meu pranto
Quando em teu infinito me perder
Envolva-me por inteira em teu colo
E teu calor minha morada há de ser

Ao ponderar teu olhar
Constatar;
Admirar;
Tuas mãos afagar
Meu coração por fim acalmar

Quando minhas lágrimas cessarem e novamente me fizer enxergar
É sua face que irei contemplar
O encanto de um doce ser humano,
Resumido em si todo o amor que há no mundo, assim, em uma única figura

E essa minha amargura, talvez a eterna insegurança acometida pelas censuras da alma de um pobre e indefeso ser que ama
Com mais ninguém irei falar, não preciso nem pensar
Basta te olhar e sobre teu ombro minha cabeça repousar

– Eis ali meu lugar”

Tinha escrito essa poesia em uma noite, sozinha na cama. E como hoje acordei mais saudosa que de costume, quis dividi-la com vocês. Enfim, que a paz despretensiosa dessa poesia nos acompanhe no decorrer desta semana.