Textos da Bia

O diferente também é bonito

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Somos apenas um minúsculo grão de areia em meio a um deserto gigantesco.
E isso é o que faz de cada um de nós, seres únicos. Nos dá a certeza de não estarmos aqui sem razões óbvias. Que tal aproveitar esse milagre da vida e essa imensidão de pessoas indo e vindo todos os dias, para sermos mais nós mesmos?
Como? A resposta é simples.

Quando decidimos ser nós mesmos, criamos aceitação e esquecemos de todos os padrões impostos. Passamos a viver uma vida plena, mais feliz. Num mundo onde devoramos a informação instantânea feito macarrão lámen, o que mais existe são pessoas ditando o que devemos fazer, usar ou comer. Assim à primeira vista, ser você mesmo pode parecer difícil. Mas ainda não é o fim, em meio à uma multidão que vive no piloto automático, é possível ainda encontrar aqueles que queiram viver do que realmente são.
É estranho escrever isso, mas sinto as pessoas cada vez mais parecidas umas com as outras. Elas escrevem as mesmas frases e seguem o mesmo ciclo social, vão aos mesmos lugares, ouvem as mesmas músicas, falam e gesticulam de modo iguais. É como se todos rodassem o mesmo sistema operacional. E as pessoas passam a se perguntar em qual mundo você vive se você não faz parte desse grupo, é uma espécie de crime você desconhecer as coisas mais populares do momento. E a preocupação alheia vai além, não podemos mais ter nosso livre arbítrio e sermos indiferentes. Você é obrigado a estar na moda, estar antenado sempre, ser divertido, sair para festas até altas horas, caso contrário “você não vive”. Já não é mais permitido ser o que quiser! E no que estamos nos tornando, afinal? Uma pergunta ambígua ainda sem resposta. Porém, é nítido o caminho traçado para a beira de um abismo de egos digitalizados e da busca insaciável pela aceitação das outras pessoas. Acredito que muitos gostariam de agir de maneira diferente, mas são sufocados pela maioria e seguem esse efeito boiada por ser o caminho mais fácil “parecer legal e descolado” para aquelas pessoas que não dão a mínima para o que você faz.
E isso começa pela obrigação de ser feliz. Felicidade nunca deveria ser vista como uma obrigação, não a perseguimos e nem a buscamos. Simplesmente acontece de maneira natural, é um estado de espírito. Todos nós sabemos que a vida não é sempre colorida, que as pessoas não estão sempre impecáveis como nas suas selfies e irradiando felicidade como o fazem nas redes sociais. Problemas existem, dias ruins surgem e sempre quando menos esperamos. Mas as pessoas insistem em vender apenas a imagem da felicidade obrigatória e sem sentido. Estamos na era da “ostentação e beijinho no ombro dazinimiga”, da felicidade estampada apenas para uma outra pessoa se sentir culpada por achar que tem algo errado por nem sempre estar feliz. Somos seres humanos, caramba! Ao mesmo tempo em que damos risadas, podemos  também nos sentir frustrados, chorar, brigar, sentir raiva. E nem sempre estar disponível para uma social ou para aquela festa descolada que toooodas as pessoas vão, faz de você um ermitão. Mas lá vem o julgamento.

Quem deveria se sentir culpado por isso? Absolutamente ninguém – NINGUÉM.
Não ceda aos vícios superficiais das redes sociais e não deixe nunca de ser você mesmo. E jamais permita que digam o que é bom ou não pra você.

Respire fundo e continue seguindo em frente. E esqueça o ditado da grama do vizinho ser mais verde que a sua – pode até parecer pra você, mas ela não é.

Textos da Bia, Um pouco da autora

Silêncio necessário

Dentro de nós mesmos encontramos todas as respostas.

“Uma tarde de chuva e melancolia. Sem jeito, ela se recosta no sofá da sua fria sala de estar apenas com a caneca de café como companhia. Esperando refletir sobre a vida, ela então indaga: “Será que todos os outros sentem essa mesma necessidade de um tempo sozinho?”. E suspira, sem esboçar uma reação sequer. Mas ela sabe que precisa de cuidado ao mergulhar na própria reflexão e se deixar levar, sua mente tem o poder de expandir-se demasiadamente, necessitando de poucos segundos para tal feito. E então, ela voa. Bem alto – mais uma vez aconteceu. Lá de cima ela observa toda sua vivência, suas experiências, suas alegrias e.. as frustrações. Ah, frustração! Nela cabe esse misto de sentimentos profundos, que nem mesmo a sua coleção completa e empoeirada de Caldas Aulete que repousam na estante da sala poderiam encontrar uma única definição. E no silêncio dessa sala fria, entre um gole e outro de cafeína, ela tenta se permitir – se permitir a sonhar alto junto com o seu vôo e assim se desvencilhar de seu cativeiro interno. Seus medos já estão expostos, nem se preocupa mais. E lá do alto, ela se sente liberta mas ainda sentindo os pés no chão: não precisa mais fingir ser o que não é, nem dar sorrisos ou escutar o que não lhe interessa. Só quer um tempo para si mesma, conversar com seus pensamentos. E naquela altura, as obrigações sociais também não a interessam mais. No sossego da sala fria e junto do último gole de café veio a sensação que ela queria: precisava de um minuto sozinha.”