Textos da Bia, Um pouco da autora

Mudar é bom, não mudar é tão bom quanto!

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Os Batutinhas, 1994.

Ocorreu um fato bacana comigo e eu gostaria de dividir aqui com vocês.
Semana passada, criaram um grupo no Facebook com alunos da década de 90 da minha antiga escola. Ou seja, uma reunião virtual do pessoal que convivi por longos anos.
Gente, me fez um bem danado. Muitas risadas ao relembrar algumas histórias e uma sensação de que o tempo simplesmente parou como num passe de mágica ao perceber que para muitos as recordações também continuaram vivas dentro do coração.
E dentro dessas histórias, pessoas. Pessoas que o tempo mudou fisicamente, que a vida lhe deu alguns traços na pele e em seu coração com a experiência da vida. Algumas não mais aqui entre nós, que partiram cedo demais e como por encantamento estão sendo todas lembradas, uma a uma.
Com certeza hoje estariam felizes partilhando estas mesmas lembranças.
E muita coisa foi relembrada, e muita gente. Algumas que eu nem me recordava mais, outras que nunca esqueci. E conclui que amigos continuam amigos, mesmo o tempo passando, mesmo existindo a distância e mesmo no meio dessa loucura que é essa ciranda da vida.
Muitos casaram-se e tiveram seus filhos, alguns deles hoje estudando nessa mesma escola que estudamos há mais de 20 anos atrás. Outros foram embora para muito longe, alguns até do outro lado do mundo, mas continuam tão próximos quanto e virtualmente participando de tudo.
Quantos sorrisos, quantas lágrimas, quantas vitórias e derrotas passaram até hoje ao se reencontrar? E como é bom ver que na essência, continuamos os mesmos. Relembrar de apelidos e acharmos graça das mesmas coisas e casos de anos e anos atrás. Lembrarmos com carinho dos mestres que nos ensinaram, mas que também nos puniram. Muitos com pulso firme e que tinham nosso total respeito. Lembrar de cada canto da nossa antiga escola.
Lembrar de como éramos inocentes na época em que reinavam as paixões platônicas e as brigas com o sexo oposto. Meninos e meninas, como era divertida essa competição! Época do “bullying saudável”, daquele o qual ninguém escapava. Da cantina com pastel de banana e laranjinha, da vendinha do Seu Zé e suas balas de coca-cola. De esperar ansiosamente pela aula de educação física pra poder jogar bola e torcer para não ser o último a ser escolhido. Época da carteirinha da biblioteca e “alugar” os livros da escola.
Será que hoje ainda rola algo assim?
O mais importante de tudo isso é com certeza o reencontro, essas lembranças. Existe algo mais especial que um reencontro entre amigos, ex-alunos e seus professores? Conversar, relembrar e rir de algo que na época até foi um problema? Rir da vida é essencial.
Às vezes a pressa em sermos adultos mascara o quanto nossa infância é uma fase especial para nós. Quando descobrimos isso é que passamos a valorizar cada pequeno momento que tivemos. E as pessoas fazem parte disso também.

Enfim, ficamos todos saudosistas. Muitos hoje com os cabelos brancos já dando o ar da sua graça e estes sim sabem o quanto a época da escola foi importante. E eu achando que isso era exclusividade minha, tsc.
Então. Lembra daquele seu amigo de escola? Aposto que devem ter boas histórias. É hora de relembrá-las e recontá-las, isso faz bem pra alma. Mudar é bom, mas saber que você não mudou é mais gratificante ainda.

Seja adulto, mas não esqueça de como você era quando criança. Lembre da sua inocência, das suas raízes e não renegue o seu passado. Apenas celebre o que foi bom!